Inquietação, insegurança, turbilhão que me invade as veias e não deixa reagir. Obrigo-me a levantar contra a inércia de te lembrar no céu, enquanto o baloiço ainda abana.
Só volto a respirar com ritmo certo quando me invadem os sorrisos que não conseguíamos conter nas Conchas. Pela janela do autocarro vejo as danças ao ouvido e oiço passeios ao miradouro. Se soubesses como ainda vive em mim cada vez que parava só para olhar, rezava só por sorrir, cantava só por amar… é o verde-acastanhado que me faz fluir a escrita. Não o vejo, não consigo escrever. Fecho os olhos com toda a força que tenho e tento imaginar, tento recordar. Mas nem os lápis de cor lhe fazem justiça e cresce o desespero de não me ter especializado na colonização.
Irritada, desesperada, insegura e inquieta, percebo que já não há teclado que me resista, que me faça frente e cuja batalha se transforme em algo minimamente aceitável. Não. A falta de vontade traduz-se numa ausência. Assim, fecho o baú dos pensamentos escritos até ter algo concreto. Se não consigo organizar a cabeça para fazer duas frases com sentido, o que preciso antes de tudo é montar armários cá dentro e esclarecer-me comigo mesma. Separar sentimentos, pôr em gavetas as coisas injustificáveis, limpar o pó da esperança.
Fecho para obras.
Preciso de me consertar.
3 comentários:
Cacao, adoro! :)
thank you MJ :)
ANINHAS:
Está muito bom =)
...a ver se com essas confusões/inquetações de pensamentos...não "viras" Fernando Pessoa...não me arranjes mais carolinas ;p!
Beijinhos frescos para fazer correr as tuas reflexões numa folha de papel...ou neste caso para as fazer teclar para o computador ***
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