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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Índia

Onde quer que esteja, hei-de ter sempre saudades. Não importa o onde ou o quando, mas, o meu estado natural é... com saudades. E se não é com saudades, é a ansiar por algo. É como ter saudades de uma coisa que ainda não aconteceu.

Mesmo quando tudo está em pleno, mesmo quando tudo está finalmente assente e construído como tem que ser, há sempre qualquer coisa que falta. Qualquer coisa que me tira daqui.
E por isso construo projectos, admiro as viagens de outras pessoas e vou aprendendo a direccionar as minhas ânsias.

Se há coisa que vou percebendo, é que não tenho certezas. Há uns anos era capaz de dizer exactamente como "ia acontecer" a minha vida, num prazo de 10 anos. Mas hoje, sei que a graça disto tudo é aventurar-me e ir vivendo cada dia. E isto não implica não ter projectos - pelo contrário: digo já onde quero passar um mês no Verão do próximo ano e por agora... vou vendo as coisas a acontecer.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Crash into me

Anestesiante.
Cada vez que oiço esta música, o mundo pára. Parece que fico cega, que os meus olhos deixam de funcionar e que, de repente, a minha percepção do mundo é aquela música. Só ela me faz perceber. E, ainda assim, voo para um espaço em que não consigo identificar caras nem momentos. São memórias sem legenda, são sentimentos que me lembro de sentir, mas não sei quando. Tento percorrer o meu friso cronológico dos acontecimentos e pessoas que de alguma maneira mexeram comigo, mas nada, não consigo responder-me. Desisto de perceber. Calo a minha insistência e deixo-me levar.  Nem oiço a letra, é só a melodia e a conjunção perfeita entre acordes e voz.
Fico ali - onde quer que esteja - a flutuar na música.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Companhia

É sempre assim. Começamos por aquilo que nos guia na mesma direcção e vamos construindo. Com mais ou menos companhia, vamos seguindo por onde concordamos. Até que, pelo caminho, temos de decidir se é compatível o que temos programado porque, afinal, um corta-mato em nada parece coincidir com o reabastecer de água. Mas, se decidimos que tudo pode coincidir no mesmo mundo desenhado pelas nossas expectativas, aí não se largam as mãos por diante. Sim, vamos perdendo peregrinos pelo caminho. Mas vamos também ganhando outros, mesmo que em alturas diferentes. Custa e dói ver partir noutra direcção quem, até então, tinha desenhado a estrada com as mesmas aguarelas. Mas, olhando para o lado, aquele sorriso que bem conhecemos levanta-nos do chão e confia que vai correr tudo bem. E vai, sim. Mas apenas se os olhos não saírem do Horizonte e que fiques aqui, seguindo comigo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Aos Poucos

..a grandeza que me vai sendo mostrada devagarinho, para não me assustar, de tão pequenina que sou.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Olhar para cima

Brancas, vazias, vagas de sentido. As cabeças perdidas sem destino escolhem pouco ou nada para se agarrarem ao chão. E agarram-se de tal maneira que se esquecem que existe Céu. Mais tarde, admitem até que não podem olhar para cima porque será tal a desilusão de não existir nada, que mais vale não tentar. E assim tentam criar-se nuvens na terra, pinta-se tudo de azul, escolhem-se pássaros que voem baixo e dá-se o nome de "céu" ao que de facto não é. Com o passar do tempo, os que ainda olham para cima entristecem-se cada vez que uma boca diz que acreditam que há alguma coisa lá em cima, mas que não sabem se é, de facto, o Céu. Fica a esperança. "É o Céu! Já olhaste para cima? Já reparaste que tem nuvens, que muda de cor ao longo de dia, que é infinito e que nunca desaparece?". Pelo menos não desistem de ir tentando contar, a quem quer ouvir, o quão preenchedor é ter algo para olhar quando se deitam na relva de barriga para cima. A paz e a segurança que não se encontra nesses céus que foram sido criados. E, um dia, os que olham alto deixarão de ser desprezados  e gozados quando, aos poucos, a luz do Céu já não puder ser escondida. Fica a esperança.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Passo

Vou-me perdendo. Vou ficando sei saber onde ir; vejo-me sair sem chão.
O vaguear pela rua traz-me a casa sem pensar bem como. Os pensamentos cegam-me o caminho, deixo que os pés me levem pelas ruas que decorei.
Sem música, finalmente.
Percebi que a necessidade que vou tendo dela vem da tentativa de calar a minha cabeça. Sei o que me vai custar perceber e concretizar a razão. Mas desta vez obrigo-me a pensar nisso, a mentalizar-me do pior. Escava, dói, desfalece e... faz renascer.
Atravesso a rua com sinal vermelho. Não passam carros.
Faço-me forte, batalha interior que me leva a alguém diferente. A confusão de pensamentos que por fim não consigo calar faz explodir agressivamente palavras que quis conter. Por sorte encontro quem me ajude a levantar e que me diga que foi só um arranhão. Não percebi que guardavas de mim sentimentos tão contraditórios. Se pudesse mudava os anos que passaram para que te levassem onde não ficaste. Substituída, guardo sorrisos debaixo da almofada sabendo que o acumular me fará feliz. E sou-o.
Esta noite vagueio de luz desligada, deixo que os meus olhos fechados me levem até ti até me ver a dançar por cima do teu ombro. Assim, em silêncio. Tu, eu e a música.
Um dia hei-de perceber como foi que vim aqui parar.
Por agora, deixo que a música pense por mim.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

1/3

Acredito e sei que existiu. A mudança, a marca não ficou indiferente, não se esconde tão fundo assim. Rapidamente posso descobrir o que suspeito, seguir pistas para encontrar a resposta mais difícil. O não-arrependimento leva-me mais longe, deixa-me perceber que não foi em vão. Se tenho o caminho programado por Alguém para tudo seguir mais realizado, é por aí que vou seguir. Uma entrega que, depois de tanto, se torna simples como a água que segue, no rio, o seu rumo até ao mar. No final, o reencontro, há-de se tornar um recomeço, um início que me leva onde não consigo prever. Fecho os olhos e agarro-me a 50. Sei que estas me vão conduzir onde me quero largar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chapter II

The smell of (the) Weekend flew away. And took everything else with it. I'm free now.

domingo, 31 de outubro de 2010

Porque

Momentos esperados, pensados, previstos. E, no entanto, tão diferentes daquilo que imaginei. Explosão de sentimentos e reparo que um continua ali. Sentimento constante que nem num êxtase se separa de mim. Sempre que digo que gostava de me impedir dele e viver um pouco mais em tudo, descubro que é a ilusão que me quero causar, ou achava que queria. Apercebo-me de que a constante que não se separa de mim é sinal de mais do que pensei, é definição de quem me tornei. Não foi paralelo à falta, foi sentimento brotado da ausência. Não foi mas, foi porque. O que se tornou na minha âncora foi o centro sobre o qual todo o sistema girou.

domingo, 17 de outubro de 2010

Mergulho

É impressionante estas vidas que temos. É impressionante como tudo muda sem esperarmos. São impressionantes as voltas que dá a vida que levamos. Sem percebermos como, trocamos de situação com a pessoa que está a nossa frente. Há um mês estávamos em situações "trocadas". Páro para sentir o tempo a passar por mim, para deixar-me levar pela maré da vida a impedir-me de voltar atrás. A saudade que deixam os tempos para trás já não me torturam, mas arrancam-me nostalgia e agradecimento do que foi ímpeto. O que aprendi em tão pouco tempo vai levar-me mais longe, sabes? E a ti também. Hoje mudo o destinatário dos meus pensamentos. Passamos agora a ter o Mesmo. Tu e eu.
Sorrio de olhos molhados deixa-me adormecer enquanto respiro fundo, conformada, entregue. E por mais que às vezes não acredite nisso, sei que não tenho outra escolha senão deixar-me mergulhar. E volto a lembrar-me da razão do meu salto.

sábado, 25 de setembro de 2010

Multidão

Multidão. Gente. A agitação faz-me encolher cada vez que por dentro grito pelo outro sítio onde queria estar. Agarro-me ao chão e sinto nos dedos a única segurança de caminhos por quem ali passou com menos saudade que eu. Durante muito mais que segundos, horas ou dias, desejo dolorosamente aquilo que me arrependo de ter deixado para trás.
Até que pedaços do que sou - não: tudo o que sou - me devolvem ao meu novo mundo e me asseguram de que também aqui posso encontrar felicidade.
Sem saberes, sorrio pela ingenuidade de não saberes que a verdadeira felicidade passa por onde andam os teus pés.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sem

Não mata... mas dói.
Vai mexendo comigo enquanto, farta de pedir que se esconda, faz questão de gritar bem alto. Muda aquilo que faço, não sou quem era se não levar memórias do que sou. Faz-me para no meio da agitação, leva-me ao chão quando só queria estar de pé.
E, ainda assim, atrevo-me a carregar o peso que tão leve se torna por saber que um dia as memórias deixarão de o ser quando tudo voltar a ganhar vida.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sonho acordado

Razão.
Fixo-me nela.
Será?
Acordo no vazio, espaço branco. Resplandece uma luz que confunde o olhar. Habituo-me, tento habituar-me. Espaço de razão, arestas de um cubo perdem-me no tempo. Não sei se sentada ou em pé, não tenho ponteiros que me localizem.
Intemporal, fecho os olhos e tento acordadar onde não seja tão transparente tudo o que sou.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

(in)Constante

Sítios em que nunca estive, pessoas que nunca conheci, coisas que nunca fiz, dias que não vivi. Lugares que nunca vi, entusiasmo que não senti.
E, ainda assim, o mesmo sentimento, o mesmo lugar-meu.
A mesma imagem, a mesma saudade. A mesma vontade, a mesma certeza. O mesmo ímpeto, a mesma chama.

sábado, 4 de setembro de 2010

Está quase...

Olho à volta e suspiro. Páro para escutar o que conheço, o som do meu quarto. Esvaziado, contemplo as paredes com as momórias que me trazem. Concentro-me, penso para dentro “são só 6 meses”. Sim, são. Mas distante disto, vou viver por muitos mais. Sento-me em cima da mesa, pés na cadeira. Respiro fundo mais uma vez , “está quase…” . Sorrio e tremo, anseio e derramo saudade de quem ainda não partiu. E aquilo de que me mais vai custar separar, mais vai dar um empurrão para olhar em frente. “Vai ser inesquecível”, prometo-me.
“Está quase…”

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dilação

O tempo pára. Num momento tão singular como o anterior, inerte. É a habitualidade do episódio que o dignifica, que exige uma admiração particular. Não compreendes. Mas isso faz parte do misticismo do momento. É altura em que te levas como sempre, que te arrastas pelo tempo com a certeza de que o dia seguinte existirá. Em paz, não te perguntas de nada, deixas-te seguir, simplesmente. E, por isso, bloqueio o avançar do tempo. Obrigo-me a decorar o que vejo, sentir o que oiço.
Não percebes, não tens que perceber. Continua a fazer o que não estavas a fazer enquanto aqui fico contemplando como quem sorri, saboreando como quem cheira, sentindo como quem escuta.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Update your life

Stay close.
Say it.
Never hide.
Make new friends.
Teach the new guys.
Don't let it go.
Learn from the past.
Keep it fresh.
Eat chocolate.
Pursuit your dreams.
Play some music.
Be moral.
Get up and get some fresh air.
Share memories.
Take the chance.
Be honest.
Be creative.
Change it.
Sing like you mean it.
Surprise your friends.
Write a letter.
Pay attention to the lyrics.
Say how much you love him/her.
Keep on moving.
Pray.
Enjoy it.
Spread love.
Dance like you've never danced before.
Travel.
Open your eyes.
Give a new chance.
Do something crazy.
Take a memorable picture.
Hug.
Fight for it.
Lie down on the green grass.
Find within beaty.
Write poetry.

Go, and be happy.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Distância

Cá, lá. Aqui e ali. Cada um em sua parte, em toda a parte, em parte nenhuma. Parece que o que havia se vai esquecendo, ofuscando. Parece que o que era já não é, porque a distância não é pequena o suficiente. Antes, até podiam existir menos palavras e quase o mesmo - pouco - contacto físico. Mas a partir do momento em que a distância se sabe real, muda tudo e tudo muda. Apertamos com força a mão contra os olhos com esperança de que os nossos pés, pelo menos, sintam alguém à frente. Queremos ver, tocar, sentir e cheirar. De olhos fechados, vamo-nos lembrando de como era enquanto perto. Sorriso. E sonhamos. E quando tudo parece tão real, espreitamos por entre os dedos e...
não está lá.
Até a memória desapareceu.
Porque é que tudo muda com a distância? Porque é que faz bem durante poucos dias e faz mal durante dias de mais? Quando sabemos que estamos a passar a fronteira entre o suficientemente bom e o demais?
Às vezes as grandes distâncias trazem-nos mais perto, unem-nos, fortalecem-nos. Mas outras, quando demasiado conscientes disto, quebram. Estragam, rasgam. E não deixam senão saudade e desejo de voltar atrás. Vontade de abrir a porta e correr até onde nunca fomos, atrás do que queremos ser. Mas nem sempre queremos, de facto sê-lo. É a curiosidade de saber o que não aconteceu, saber o que teria sido. E se soubéssemos, de pudéssemos saber, .... tudo seria diferente.
E, de olhos destapados, apercebemo-nos de que temos à frente o que é. O que realmente é. O que não é imaginado mas real, o que temos e ... queremos gostar. O que temos é resultado do que aconteceu, das distâncias maiores e menores sucessivas que se foram criando. O que somos é o que vivemos, é o que percorremos. É o que deixámos e vamos deixando ir.
Deixamos cair a mão solta e ...
... que coisa natural,
a distância.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Finge

Ok, não me ligues. Não leias mensagens nem respondas. Finge que não te importa e que não te preocupas. Tenta fazer com que eu acredite que de vez em quando não pensas em mim e que não gostavas que tivesse estado aí às 15h46. Faz passar por mentira o teres olhado para o telemóvel para ver se tinhas mensagem minha ou nem re-leias a última que te enviei a ver se chegaste a responder. Anda tranquilo, não te distraias nem levantes o rabo do sofá.
Mas fica sabendo que estás a perder o meu amor e carinho das 22h21, das 23h48 e das 00h36. Passa a saber que vais deixar de ouvir as historias que se passaram comigo hoje e quantas vezes pensei em ti. Vais ignorar, sem saber, a surpresa que tinha para ti e o que ias gostar de ouvir. Já nem vais ter o "boa noite" e as conversas de meia-noite.
Finge que não ligas, e ficas sem isto.
Só ficas com o boa-noite. Isso eu posso dar-te:
Boa noite, até amanhã.


(é tudo brincadeirinha ;) )

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mapas

Vou descobrindo tesouros na ilha, sem mapa, sem aviso. E, quando descubro um, parto à busca de mais. Mas não preciso, tenho tudo o que sonhava. Não é o querer ter mais só por ter, é o lembrar-me do que tenho, perceber o quão rica esta ilha é. É a alegria de descobrir um tesouro novo, sonhar o que posso fazer com isso, ir construindo o meu próprio mapa da ilha. Mostrar cada tesouro ao mundo e orgulhosamente contemplá-lo quando quero. Poder tentar explicar as maravilhas que esta ilha tem, mostrar o desejo de ficar nela, arrisco a dizer: para sempre. É tão bom ouvir grandes descobridores e conhecedores desta ilha a dizer "Nunca a tinha visto assim, conquistaste-a mesmo!", traz-me uma sensação inesperada. Não, inesperada não. Mas nova. Cada vez que descubro um tesouro, a sensação começa a ser esperada, porque começo a perceber que a minha vida começa a criar raízes aqui. Naufraguei e fascinei-me. Agora não quero sair daqui.