sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Não escorregar: piso molhado"

Inquietação, insegurança, turbilhão que me invade as veias e não deixa reagir. Obrigo-me a levantar contra a inércia de te lembrar no céu, enquanto o baloiço ainda abana.
Só volto a respirar com ritmo certo quando me invadem os sorrisos que não conseguíamos conter nas Conchas. Pela janela do autocarro vejo as danças ao ouvido e oiço passeios ao miradouro. Se soubesses como ainda vive em mim cada vez que parava só para olhar, rezava só por sorrir, cantava só por amar… é o verde-acastanhado que me faz fluir a escrita. Não o vejo, não consigo escrever. Fecho os olhos com toda a força que tenho e tento imaginar, tento recordar. Mas nem os lápis de cor lhe fazem justiça e cresce o desespero de não me ter especializado na colonização.

Irritada, desesperada, insegura e inquieta, percebo que já não há teclado que me resista, que me faça frente e cuja batalha se transforme em algo minimamente aceitável. Não. A falta de vontade traduz-se numa ausência. Assim, fecho o baú dos pensamentos escritos até ter algo concreto. Se não consigo organizar a cabeça para fazer duas frases com sentido, o que preciso antes de tudo é montar armários cá dentro e esclarecer-me comigo mesma. Separar sentimentos, pôr em gavetas as coisas injustificáveis, limpar o pó da esperança.

Fecho para obras.
Preciso de me consertar.

3 comentários:

Maria João Bourbon disse...

Cacao, adoro! :)

Cacao disse...

thank you MJ :)

Anónimo disse...

ANINHAS:

Está muito bom =)

...a ver se com essas confusões/inquetações de pensamentos...não "viras" Fernando Pessoa...não me arranjes mais carolinas ;p!

Beijinhos frescos para fazer correr as tuas reflexões numa folha de papel...ou neste caso para as fazer teclar para o computador ***