O que é que aconteceu ao "não posso, o meu pai não me deixa"?
Bons velhos tempos em que os maus da fita não eramos nós mas sim as forças incontestáveis de quem tinha o poder sobre tudo o que acontecia debaixo daquele tecto.
Mas,
mudam-se os tempos...muda-se a pespectiva.
Sempre que os convites se estendem a mais do que 2 pessoas para qualquer evento, somos confrontados com a realidade dos factos:
o bom português é criativo.
Se, infelizmente, não vou contar com esta ou aquela pessoa na minha festa, pelo menos posso deleitar-me com a originalidade das mensagens de "cortes" (Sim, mensagens! Porque hoje em dia nem há as decências mínimas de telefonar a agradecer o convite).
Atenção que isto não se passa só no "prazo da resposta" (sabem!, aquele prazo típico que vem nas mensagens para uns dias antes do evento). Hoje em dia até no dia seguinte do evento podemos receber mensagens a pedir desculpa não ter ido.
E quando achava qye já as sabia todas.... *bip*:
"Desculpa, a sério! Não vou mesmo poder ir porque hoje tive trabalho de grupo e nunca mais despachamos isto! Até tive a semana toda a adientar trabalho para ir aí, mas a culpa não é minha! Ah, e os meus pais marcaram hoje um jantar (eu nem sonhava!) e tenho mesmo que ir..."
Mas isto não se aplica só às festas.
Sejamos francos:
é, de facto, uma "justificação" muito funcional, flexível e bastante útil. Quando estamos chateados com alguem que nos convida para um café, o "estudo" (muitas aspas, atenção!) vem em nosso auxílio. Ou simplesmente porque não queremos levantar o nosso rabo gordo do sofá e do conforto do "lar doce lar".
Melhor:
quando queremos combinar outra coisa qualquer. Ahahah, fatal!
Respirem fundo, não vou revelar mais "oportunidades".
Até porque, às vezes...temos MESMO que estudar. A questão, essa só a levanto quando sei que na noite anterior não se preocuparam com o estudo - ou me disse o nosso amigo comum ou ...o facebook. Sim, aquele sacana "taggou-te" cedo demais...perdão.
A nossa crescente cobardia tem vindo a mostrar as nossas melhores qualidades - a criatividade, o timming ou a notável consciencialização da necessidade do estudo.
Enfim,
é o mundo em que vivemos.
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