segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Quando os trabalhos de casa dão resultado...

Claro que dão resultado, apesar de ser o pior.
Mas no Canadá, numa escola de Toronto, dão mais que resultados.
Foi proposto à turma uma competição entre vídeos caseitos e uma raparida de 12 anos escolheu um tema com uma "controvérsia assombrosa": o aborto.

Eis um excerto da notícia (em brasileiro) que recebi por email:
"Lia escolheu o tema contra a opinião da mãe, como esta contou. A professora era uma feminista abortista (pelo direito de decidir), mas teve que ceder diante da convicção pura e corajosa da aluna.
O painel de juízes da escola não quis aceitar o tema. Até um dos juízes abandonou a sala em ato de protesta e apresentou renúncia.
Lia não arredou. É verdade que tinha o apoio entusiasta e unânime dos alunos e muitos professores.
Lia acabou levando o primeiro prêmio, fato que a qualifica para entrar no concurso regional.
"

A miúda fala mesmo bem, vale a pena ver o vídeo!
Como ela fala depressa, não se torna nada cansativo ;)

(Com legendas em brásilêro)

4 comentários:

Unknown disse...

Uaaahuhhhuu!!
Estou de boca aberta!!
Uma criança tão nova a falar tão bem sobre o tema tão importante que é o aborto!!

Adorei o discurso dela
='D

Maria Francisca disse...

A criança fala super bem, e tudo mais.
Eu não sou a favor, nem contra.
Consigo ver ambos os lados.
Provavelmente a criança nunca teve que passar pela escolha de abortar ou não.
Pelo que sei e suponho, nunca é fácil para uma mãe escolher perder o filho...
Claro que é fácil olhar, apontar o dedo e dizer 'Aquela, aquela fez aborto. Acabou com uma vida, matou o filho.'...
Mas perder um filho não será um castigo suficiente? E os traumas e marcas que isso deixa?
E é verdade, algumas das pessoas após algum tempo do aborto sentem-se totalmente perdidas, envergonhadas, e acima de tudo arrependidas...
Eu defendo que situações como o aborto e outras que tais, só podem ser faladas depois de vividas.
Mesmo assim, falou muito bem, e conseguiu expor a sua opinião.

Cacao disse...

Francisca, este tema dá pano para mangas, e, não sei se te lembras, na altura do referendo do aborto (que acabou por ser um "aborto do referendo", como dizia um nos prós e contras no outro dia) falou-se disso meses a fio. PErcebo que seja difícil tomar uma decisão e, mais que tudo, saber fundamentá-la. Sou contra o aborto e não olho dessa maneira drástica e exagerada para as pessoas que fizeram aborto. Primeiro quase nunca se sabe, depois, em vez de criticar e julgar, vamos ajudá-las!
Com excepção dos casos que a Lia diz (risco de vida para a mãe), abortar é uma decisão que não deve ser apoiada. Mata-se uma criança! E se a mãe fica arrependida por isso, não é assim que deixará de matar uma criança.
Não queria estar a dar exemplos óbvios, mas parece-me que com essas argumentações precisas: se um pai mata o filho de 13 anos porque não tem dinheiro para o sustentar, não é por depois se arrepender que isso desculpa o que fez. ou melhor, issso não traz o filho de volta. E também nao vamos tar a dizer "desde que se arrependam, matem!"

As mulheres que abortam e q se arrependem, só passam a ser "heroínas" quando admitem qe fizeram mal, seguem a sua vida NÃO voltando a repetir o erro e DIZENDO, avisando, aconselhando as outras mulheres a NÃO abortarem.

Não sei que idade tens, mas fico contente por pensares nisto. E já que deste um passo tão grande, porque não ir até ao fim da questao? ;)

Beijinhos

Maria Francisca disse...

Pelo que sei e suponho, as mulheres que fazem abortos sentem-se apavoradas.
Vamos agora estrapular um bocadinho.. (que é para o que tenho jeito diz a Professora de Português (: )
As raparigas (16/17 anos ou menos) acabaram de engravidar, algum imprevisto com o preservativo (e afins)... O namorado pode nalguns casos deixá-la com medo de se tornar pai, os pais ficam chocados e acabam por expulsá-la de casa...
Sem nada, nem ninguém uma pessoa não consegue (suponho).
Quando caimos, e ficamos bem bem no fundo (naquele fundo mesmo fundinhoinhoinho) e precisamos de alguém que se sente ao nosso lado e diga 'Ouve, tu erraste, mas se tiveres força de vontade vais conseguir levantar-te. E eu vou estar lá para te dar a mão e ver-te a encarar o mundo.'
Mas não temos essa pessoa ao nosso lado, ninguém decide sentar-se ao lado, ninguém tenta reconfortar, ninguém nos dá a mão...
Será que isso não afecta o pavor e medo da adolescente?
Ser adolescente não é assim tão fantástico... Os adolescentes não são adultos, nem pouco mais ou menos. Na realidade, os adolescentes são crianças. Aquelas crianças teimosas que se querem sentar na mesa dos adultos.
Vamos até ao fundo da questão, porque na realidade acho que cada caso é um caso. Uma mulher antes de passar pelo aborto deve ser acompanhada por especialistas de psicoterapia, provavelmente grupanalise, falar com pessoas que tenham passado pelo mesmo...
Mas (in)felizmente [eu continuo a conseguir ver dos dois lados] a ultima decisão cabe à mulher...