domingo, 17 de outubro de 2010

Mergulho

É impressionante estas vidas que temos. É impressionante como tudo muda sem esperarmos. São impressionantes as voltas que dá a vida que levamos. Sem percebermos como, trocamos de situação com a pessoa que está a nossa frente. Há um mês estávamos em situações "trocadas". Páro para sentir o tempo a passar por mim, para deixar-me levar pela maré da vida a impedir-me de voltar atrás. A saudade que deixam os tempos para trás já não me torturam, mas arrancam-me nostalgia e agradecimento do que foi ímpeto. O que aprendi em tão pouco tempo vai levar-me mais longe, sabes? E a ti também. Hoje mudo o destinatário dos meus pensamentos. Passamos agora a ter o Mesmo. Tu e eu.
Sorrio de olhos molhados deixa-me adormecer enquanto respiro fundo, conformada, entregue. E por mais que às vezes não acredite nisso, sei que não tenho outra escolha senão deixar-me mergulhar. E volto a lembrar-me da razão do meu salto.

sábado, 16 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Não escorregar: piso molhado"

Inquietação, insegurança, turbilhão que me invade as veias e não deixa reagir. Obrigo-me a levantar contra a inércia de te lembrar no céu, enquanto o baloiço ainda abana.
Só volto a respirar com ritmo certo quando me invadem os sorrisos que não conseguíamos conter nas Conchas. Pela janela do autocarro vejo as danças ao ouvido e oiço passeios ao miradouro. Se soubesses como ainda vive em mim cada vez que parava só para olhar, rezava só por sorrir, cantava só por amar… é o verde-acastanhado que me faz fluir a escrita. Não o vejo, não consigo escrever. Fecho os olhos com toda a força que tenho e tento imaginar, tento recordar. Mas nem os lápis de cor lhe fazem justiça e cresce o desespero de não me ter especializado na colonização.

Irritada, desesperada, insegura e inquieta, percebo que já não há teclado que me resista, que me faça frente e cuja batalha se transforme em algo minimamente aceitável. Não. A falta de vontade traduz-se numa ausência. Assim, fecho o baú dos pensamentos escritos até ter algo concreto. Se não consigo organizar a cabeça para fazer duas frases com sentido, o que preciso antes de tudo é montar armários cá dentro e esclarecer-me comigo mesma. Separar sentimentos, pôr em gavetas as coisas injustificáveis, limpar o pó da esperança.

Fecho para obras.
Preciso de me consertar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

17/04/2010



Sweet memories...

sábado, 2 de outubro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

Multidão

Multidão. Gente. A agitação faz-me encolher cada vez que por dentro grito pelo outro sítio onde queria estar. Agarro-me ao chão e sinto nos dedos a única segurança de caminhos por quem ali passou com menos saudade que eu. Durante muito mais que segundos, horas ou dias, desejo dolorosamente aquilo que me arrependo de ter deixado para trás.
Até que pedaços do que sou - não: tudo o que sou - me devolvem ao meu novo mundo e me asseguram de que também aqui posso encontrar felicidade.
Sem saberes, sorrio pela ingenuidade de não saberes que a verdadeira felicidade passa por onde andam os teus pés.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sem

Não mata... mas dói.
Vai mexendo comigo enquanto, farta de pedir que se esconda, faz questão de gritar bem alto. Muda aquilo que faço, não sou quem era se não levar memórias do que sou. Faz-me para no meio da agitação, leva-me ao chão quando só queria estar de pé.
E, ainda assim, atrevo-me a carregar o peso que tão leve se torna por saber que um dia as memórias deixarão de o ser quando tudo voltar a ganhar vida.