O tempo pára. Num momento tão singular como o anterior, inerte. É a habitualidade do episódio que o dignifica, que exige uma admiração particular. Não compreendes. Mas isso faz parte do misticismo do momento. É altura em que te levas como sempre, que te arrastas pelo tempo com a certeza de que o dia seguinte existirá. Em paz, não te perguntas de nada, deixas-te seguir, simplesmente. E, por isso, bloqueio o avançar do tempo. Obrigo-me a decorar o que vejo, sentir o que oiço. Não percebes, não tens que perceber. Continua a fazer o que não estavas a fazer enquanto aqui fico contemplando como quem sorri, saboreando como quem cheira, sentindo como quem escuta.