quinta-feira, 13 de março de 2008

Despedida

Sento-me aqui nesta sala vazia à luz deste ecrã. Sento-me por uma última vez neste local comunitário de súbitas aparições, onde por tantas vezes estive como mero leitor e comentador e agora, por uma última vez, como dedilhador – agora mais um “dedilhado” que um dedilhador [mas antes dedilhado que um “dedilha-dor”]!
Os meus agradecimentos à Cacao que teve a paciência necessária à minha invasão megalomaníaca e à leitura das minhas parvoíces. Usei e abusei da sua boa vontade, invadindo o seu espaço com maus modos e sucessivos atropelos à boa educação, mas sei que ela me perdoa. Convidou-me a entrar e entrei pela janela do seu quarto. Convidou-me a sentar e não fiz cerimónias: ocupei três cadeiras! E não deixei a minha anfitriã sentar-se, interrompendo, uma vez após outra, continuamente, o seu diálogo com os seus leais leitores e o fio condutor do seu raciocínio para impor o meu solilóquio. Mas haveria melhor forma de elogio? “A frouxidão (…) é uma ofensa, / Ofensa que se eleva a grau supremo / Paixão requer paixão, fervor e extremo; / Com extremo e fervor se recompensa.” (Bocage). E portanto pedia-te, Cacao, que voltasses a postar novamente os teus posts destes últimos dias, para que não se percam, e para que não te percas também, no meio desta palermice e confusão verborrágica.
Muito fica por escrever: mini-contos ou contos às fatias, reflexões filosóficas, proto-literatura, ideias por ensaiar, dar e vender, mas que não cabe aqui fazê-lo. E por isso me retiro em boa hora, condignamente, antes que seja tarde de mais, antes que o entusiasmo pela minha própria metafísica me leve à megalomania outra vez e se apodere de mim e tome conta do que surpreendentemente me sobra da minha lúcida (!?) objectividade subjectiva… não! ...objectiva subjectividade…, também não! Não sei... Vêem o que quero dizer?

PS: Gabo a paciência de quem conseguir ler todos estes posts. Ao guerreiro leitor que chegou aqui (sem nada que fazer que não ler os posts de um palerma; agora voltem atrás e passem por cima de mais um daqueles meus habituais desnecessários parêntesis, apenas porque me apetece chatear o leitor) a minha mais reverente vénia. Esse deve estar farto de ler e gramar as piadas sem piada deste que se acha superiormente original e que resolve por essa mesma razão escrever esta idiotice.

Resta-me só e apenas dar um bem-haja aos futuros “dedilha dores por dois dias” que não me referenciarão e a todos aqueles que não comentaram os meus posts ou que tendo tido oportunidade não me referenciaram e não o quiseram fazer. A eles a minha igual retribuição (que nisto de correr o risco de ferir algumas susceptibilidades o melhor é arriscar desde logo ferir todas as susceptibilidades).

2 comentários:

Cacao disse...

Como, de facto, li todos os teus posts, desde a primeira à última letra, mesmo os que tinham "piadas palermas", acho qe uma dessas vénias é para mim, ahahah..

Obrigada, Zé, gostei muito de te ter por aqui!

E apesar de eu ter andado a ecrever menos, é por falta de tempo ,não porque me ofuscas, ahahahah.

Tenho aqui uma palavra q qero deixar num post e apenas isso em invade a cabeça. Por isso

despeço-me sem mais comentários, a não ser
um beijinho
e
um obrigada!
:)

(n)Ana disse...

Li tudo, Zé. E com gosto!:o)

Engraçado. Há uns tempos pus esse poema do Bocage num blog.

Bom... cá andarei para ler os dedilhadores que se seguem.

beijinhos