quinta-feira, 2 de julho de 2009

Alfama nao envelhece



Alfama não envelhece e hoje parece mais nova ainda
Já se chegou á janela, reparem nela como está linda
Vestiu a blusa clarinha, que a da vizinha é mais modesta
E pôs a saia garrida que só é vestida em dias de festa

Becos escadinhas, ruas estreitinhas
Onde em cada esquina há um bailarico
Sol pelas vielas e em todas elas
Perfumes de manjerico
Risos gargalhadas, fados desgarradas
Hoje em Alfama é um demónio
E em cada canto o suave encanto
Dum trono de Santo António

Já se não ouvem cantigas, e as raparigas de olhos cansados
Ainda aproveitam o ensejo, p'ra mais um beijo nos namorados
Já se ouvem sinos tocando, galos cantando á desgarrada
Mas mesmo assim, Dona Alfama só vai para a cama quando é madrugada